11 de mai. de 2011

ANÁLISE DO SORRISO




Dentes alinhados, função mastigatória correta e maior harmonia facial são as principais metas de um  tratamento ortodôntico. Hoje em dia, no entanto, a busca pela estética vem sendo cada vez mais valorizada no relacionamento entre as pessoas. E o sorriso tem parte primordial nesse convívio, uma vez que ele sempre serviu como forma de comunicação, possivelmente a maneira não-verbal mais rápida e eficaz de fazer contato. Com um sorriso eternizamos um momento e nos tornamos inesquecíveis em simpatia aos que nos rodeiam. Assim, estabelecer elementos de diagnóstico e planejamento, visando buscar um sorriso harmonioso e bem balanceado, tornou-se primordial nos tratamentos ortodônticos. Isto é possível por meio da análise do sorriso, que possibilita identificar desarmonias faciais, corrigíveis apenas com tratamentos  odontológicos“Na análise do sorriso, o ortodontista verifica os fatores que contribuem para a atratividade do sorriso, tais como alinhamento das linhas médias dentária e facial, a inclinação do sorriso e a curvatura incisal, exposição dos dentes, o corredor bucal, contorno e exposição gengival”, informa Alessandra Motta Streva, mestre em Ortodontia pela Universidade Cidade de São Paulo - Unicid e professora do Instituto Vellini. “Sendo assim, fazemos essa análise em todos os pacientes, já que os mesmos nos procuram, em sua maioria, para a obtenção de um sorriso mais harmonioso”, acrescenta.Para Ives Lopes Cardoso, mestre e doutor em Ortodontia pela FOP-Unicamp e coordenador do curso de Especialização em Ortodontia da Academia Norte-Rio Grandense de Odontologia, se considerarmos o fato de que a estética do sorriso é um dos principais motivos de procura por tratamento ortodôntico, então a análise do sorriso deve fazer parte da rotina de exames complementares de diagnóstico na clínica ortodôntica, avaliando as características do sorriso e como a dentição se relaciona com os tecidos moles, tanto de uma forma dinâmica quanto estática, especialmente quando a aparência dentofacial for uma consideração importante para o desenvolvimento do plano de tratamento integrado ou não a outras especialidades odontológicas. “O desenho estético do sorriso é um recurso auxiliar digital útil na análise do sorriso”, destaca. Dentre as possíveis classificações em que o sorriso está inserido, podemos destacar duas formas: cordial e espontâneo. A primeira, de acordo com Alessandra, denominada ainda de voluntária, estabelece-se com a elevação do lábio superior em direção ao sulco nasolabial. Já o sorriso espontâneo é verificado com uma maior elevação do lábio superior e com a contração dos músculos orbicular . “ O sorriso espontâneo é o ideal para a avaliação do sorriso, embora seja difícil de registrá-lo numa fotografia. O olhar semicerrado do paciente é o sinal que mostra que ele está sorrindo verdadeiramente”, garante. Cardoso lembra ainda que o sorriso cordial revela um gesto de simpatia, expressando uma atitude social. “É um sorriso reproduzível, pois alguns dos músculos envolvidos como o zigomático maior (que puxa os cantos do lábio para cima) podem ser controlados, contraindo-os. Em razão disso, o sorriso cordial amplo deve ser utilizado na análise do sorriso. Já o sorriso espontâneo expressa um momento de felicidade, em que um dos músculos envolvidos como o orbicular ocular, não pode ser controlado e, ao contrair-se, há um semicerramento dos olhos, formando pequenas rugas na região, as bochechas se elevam e pequenas bolsas se formam embaixo dos olhos, inclusive nesse tipo de sorriso há uma maior exposição de gengiva, considerada não tão estética para alguns”, esclarece.

Características

Para avaliar o sorriso, o ortodontista deve levar em consideração algumas características que, segundo Cardoso, se enquadram em dois grupos: aquelas relacionadas à aparência do sorriso, quando ocorre o “descortinamento dos lábios”, formando o desenho do sorriso. “Neste aspecto se inclui a avaliação do contorno dos lábios em repouso, em função e no sorriso, como determinante no grau de exposição de dentes e de gengiva, de exposição do corredor bucal e da forma da curvatura das bordas dos lábios, devendo haver um paralelismo entre as bordas incisais dos dentes ântero-superiores e o lábio inferior. Ainda, ao sorrir, podemos constatar também os tipos de sorriso (cordial e espontâneo), as linhas do sorriso (alta, média e baixa) e a linha média dentária que deve estar coincidente ou paralela ao plano facial mediano no centro do lábio superior. Se houver uma disposição oblíqua da linha média dentária devido a angulação dos incisivos centrais superiores em relação a linha média facial, qualquer desvio, por menor que seja, torna-se facilmente perceptível”, explica. Com relação às outras características, Cardoso informa estarem estas relacionadas aos aspectos propriamente dentários e gengivais (proporções dentárias, contatos interdentários, contornos gengivais e direções axiais dos dentes). Na avaliação do sorriso considera-se o clínico em questão e da queixa específica do paciente. Os principais fatores, conforme Alessandra, já foram mencionados anteriormente, mas convém ressaltar que:
• Linha média: a avaliação da linha média é realizada com a verificação da coincidência ou não da linha média dentária superior com a linha média facial. Se houver desvio, quase sempre é de origem dentária. Assim, o ortodontista verifica a possibilidade de correção. Se não for possível coincidir a linha média facial com a dental, a linha entre os incisivos centrais deverá ficar paralela à linha média facial. A inclinação da linha de junção entre os incisivos centrais é mais perceptível que o desvio das linhas médias.
• Inclinação do sorriso e curvatura incisal: o plano incisal superior e a forma do lábio inferior durante o sorriso devem manter uma relação harmônica, representada pelo paralelismo do arco formado pelas bordas incisais e oclusais dos dentes superiores com a borda superior do lábio inferior.
• Exposição dos dentes: quando o paciente sorri, o ideal seria que o lábio superior permitisse a exposição detodas as coroas dos incisivos.
• Corredor bucal: todos os espaços negros são antiestéticos e atualmente a tendência é que os sorrisos sejam amplos, largos, com a máxima diminuição do corredor bucal.
• Exposição e contorno gengival: a exposição gengival é avaliada pela distância da margem gengival do
incisivo central superior à borda inferior do lábio superior. O sorriso esteticamente atrativo mostra até 3 mm de gengiva, segundo os relatos na literatura ortodôntica. Com relação ao contorno gengival, os limites dos
contornos gengivais dos caninos superiores devem estar mais altos que dos incisivos laterais e, mais ou menos, na mesma altura dos incisivos centrais.

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